quinta-feira, 25 de março de 2010

Tergiversar

Aquilo que mais importa ou incomoda a cada um, somente " o cada um" pode expressar.
O fato é que, nos últimos tempos, educar e formar um filho tem sido tarefa cada dia mais difícil de ser cumprida. A sociedade nos cobra uma imagem e nos impõe regras que foram ditadas desde os tempos da minha tataravó.Meninos não choram.Meninas não podem fazer isso e aquilo.Mas no dia a dia a coisa acontece de forma bem diferente.As crianças de hoje em dia, já nascem com a tecnologia a seu dispor e quando eu falo de tecnologia, não me refiro às babás eletrônicas que muitos de vocês provavelmente devem ter usado por vários meses ou quem sabe mais de ano.A tecnologia já começa dentro do útero, onde os pais , avós, irmãos mais velhos invadem a privacidade do bebê a tal ponto que descobrem até o sexo que ele possui com poucos meses de gestação.Tecnologia, superproteção,falta de pulso firme em dizer não, consumismo e valores bem diferentes estão sendo passados adiante de forma preocupante.As crianças já nascem com um celular acoplado a sua fraldinha.Tvs enormes, ar condicionado, roupas de grifes, pares e mais pares de sapatos amontoados tomando lugar junto com o que ontem era novidade e hoje já se tornou usado.Cada vez mais cedo já possuem cameras, mp10, notebooks e se duvidar até uma secretária-babá que além de aguantar o mal humor e falta de educação dos "tesouros" do papai e da mamãe, ajudam no leva e trás e organizam a vida dos pimpolhos para que eles tenham a agenda sempre em dia com os amigos na parte recreativa do final de semana.
A falta de tempo dos pais é compensada com viagens e presentes.Isso, ao meu ver tem outro nome: conivência.
Não há uma fórmula mágica para se educar alguém e muito menos, filhos.Mas, estar sempre alerta pode ajudar muito.Não deixe que o mundinho de seu filho, tenha mais valor e senhas intransponíveis para você entrar.

Vylna Cassoni
25/03/2010

Um comentário:

  1. Olá, seu texto é bastante pertinente, num momento em que as meios de comunicação super-exploram as tragédias pessoais - a do momento é a da pobre criança Isabella e da sua família -, depois do veredito dos culpados, surgirão outras tragédias para ocuparem a "lacuna" desta...
    Você reflete sobre a educação das crianças hoje em dia, "Uma tarefa difícil de ser cumprida" e muito comprida também... Sobretudo, porque somos bombardeados diariamente pelo apelo do consumo
    hoje o que importa é ter e não ser, você aponta para as agendas superlotadas dos pais e filhos, e penso que além de "conivência",
    existe aí um drama de consciência e uma compensação que os pais dão, por se sentirem culpados pela ausência, no dia-a-dia dos filhos,
    uma ausência necessária (?) que poderia ser explicada e não paga (com os tais excessos dos pais). Uma pena que as relações hoje sejam mediadas pela economia e não pelo amor. Mas o seu texto dá um ótimo debate.
    Beijo!

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