terça-feira, 11 de agosto de 2009

As eternas poesias de Levy Cassoni

Darci Vergara mostra o livro de poesias ilustrado com uma das obras do marido
O poeta Levy de Abreu Cassoni aproveitava todos as situações como fonte de inspiração para criar uma nova poesia. A garota pensativa sentada num banco, um pequeno pássaro, tudo lhe despertava a criatividade. Para não correr o risco de perder algum fato, não se separava de um bloco de anotações e uma caneta. As suas criações foram eternizadas nos livros O Cancioneiro e o Intervalo, publicados em 1991, Não Estou Só, publicado no ano seguinte, e o último, Águas da Noite, em 2001.A esposa de Levy, Darci Vergara, 62 anos, revela que tem a intenção em publicar um quinto livro, com material que ainda não foi divulgado. “Quero dar continuidade a esta história tão bonita, interrompida pela natureza”, diz. Por problemas de saúde, Cassoni faleceu em 2003, quando tinha 72 anos.Darci conta que conheceu Levy em 1969, depois dele ter ficado viúvo. Casaram-se e passaram 33 anos juntos. “E eu ganhei um grande presente. A filha dele que, pelo nosso contato, é para mim como mais que uma filha”, conta com alegria. Levy, além de poeta, era dentista e também artista plástico. Um de seus livros leva na capa a ilustração de uma de suas obras. “Ele era uma homem muito alegre, mesmo na enfermidade não perdeu o bom-humor”, recorda.Atualmente Darci ocupa seu tempo apenas com atividades saudáveis. Faz hidroginástica e treina com disciplina o vôlei, esporte que encontrou como uma fonte de energia. Ela participa dos Jogos Regionais para a Terceira Idade (Jori). “Temos que dar continuidade à vida e cultivar espírito bom para enfrentar tudo o vier pela frente. Precisamos agradecer por termos saúde, cultivar o amor à vida e fazer da terceira idade a melhor idade”, deixa a mensagem.

Uma das poesias de Abreu Cassoni, escolhida por Darci Vergara.

Eu quero de você


Minhas mãos estão machucadas

pela força do desejoque nos vê.

Não é mais simpatia.

Não é mais do que o peito

subindo o próprio quando para o azul daquele beijo.

Mãos,violetas

apagadaspor um destino letras.

Palavras,remanso queimadode quem diz e espera.

Estive sempre com você,meu sonho.

Quem sabe esta quimera que me aguarda

e espera pode ser agora...

Em teu sorrir de mãos eu quero,

eu quero de você

o plátano de um beijo.



Araraquara, SP.

Tribuna Impressa, quarta-feira, 12 de outubro de 2005.
Juliana Campos repórter da Tribuna.
Foto: Daniel Barreto.

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