segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Saudade.


Perdi meu amado pai, há exatos quatro anos.Jamais vou poder descrever a sensação de impotência de vê-lo me olhando com o medo estampado num olhar de súplica por saber e entender que o fim chegava.Na medida do possível cuidamos dele e nos últimos tempos vi meu pai virar criança e a doença maltratar não apenas seu corpo como também sua dignidade.Falar coisas desconexas,não reconhecer pessoas, não saber nem mesmo onde se encontrava.Ver a enfermidade levá-lo de mim foi difícil e assustador e como citou Lya ,nunca fui tão filha como na orfãndade.Mesmo doente preso a uma cama ele estava lá e hoje ele está apenas na memória dos que o aceitaram e amaram como ele foi.Não tenho mais nem mesmo um pai doente para chamar de pai.Ele se foi.Todos os dias me lembro dele.Sempre tem uma situação ou outra que me remete ao passado e neste exato momento ouvindo Noturnos de Chopin, fica impossível não fechar os olhos e senti-lo presente.Somos egoístas e não queremos deixar partir este ou aquele que amamos, mas quem já infelizmente perdeu alguém que amou e amará até o último suspiro,sabe da dor a que me refiro.Pai….pai….pai!


Vylna Cassoni.
13/01/07

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